Executivas têm dificuldade de manter um relacionamento estável

Quanto mais a mulher trabalha, maior a insatisfação com sua vida amorosa, indica pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral. Foram avaliadas cerca de 1.200 executivos e executivas de 344 grandes empresas brasileiras, que responderam perguntas sobre a vida afetiva, família, saúde, inseguranças e sonhos.

O resultado aponta que o excesso de trabalho não parece afetar a vida amorosa dos funcionários do sexo masculino, mas tem grande impacto na vida pessoal das mulheres. A falta de tempo para se dedicar ao parceiro é o principal obstáculo para elas na hora de manter uma relação equilibrada, explica a pesquisadora Betania Tanure, que coordenou a pesquisa.

Mais da metade das profissionais em cargos executivos (65%) afirma gastar cerca de 70% do tempo com o trabalho, e oito em cada 10 mulheres estão insatisfeitas com esta constatação. Quase 58% das mulheres afirmam sentir que seus parceiros estão infelizes na relação a dois.

As pessoas passam a maior parte do tempo treinando e desenvolvendo uma atitude competitiva, são estimuladas a reprimir sentimentos e emoções

Para a psicoterapeuta Rose Avello, especialista em sexualidade, uma possível explicação para este resultado seria que as executivas têm dificuldade de abandonar a competição na vida pessoal.

- As pessoas passam a maior parte do tempo treinando e desenvolvendo uma atitude competitiva, são estimuladas a reprimir sentimentos e emoções. Quando estão num relacionamento afetivo não sabem mais que atitudes devem ter nem como agir, pois não tem acesso aos sentimentos para orientá-los - explica Rose.

Para ela, mulheres com carreiras de sucesso podem, inconscientemente, temer a entrega afetiva e sentir vontade de sempre manter o controle da situação.

- As pessoas tornam-se insensíveis ao outro e interpretam as necessidades do outro como 'cobranças'. Os sentimentos são facilmente negados e não há entrega afetiva. As pessoas querem 100% de certeza de que o 'negócio' vai dar certo. Além disso, o jogo de manipulação e controle que surte efeito positivo no mundo dos negócios é uma tragédia na vida afetiva. Por passar a maior parte da vida treinando esse tipo de relação, as pessoas tendem a agir da mesma forma em seus relacionamentos afetivos. Competitividade não condiz com amor e afeto. Não dá pra ser feliz assim - completa.

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Um comentário:

MedInforme: Pela saúde das mulheres! disse...

Acredito que a mulher moderna mudou o perfil e isso gerou um problema de adaptação dos relacionamentos também. Executivas e muitas profissionais liberais como médicas e advogadas têm um perfil emocional de enfrentamento a partir do momento que decidem suas carreiras. Acho importante notar que há dificuldade de manter um relacionamento estável, mas também podemos pensar que muitas preferem uma vida mais desprendida do que aquela que dividir o banheiro e o quarto com alguém pode gerar ;-)
Digo isso mesmo pela reviravolta que ocorreu na mentalidade feminina nos ultimos tempos e isso gera um novo peril de relacionamento e de satisfação.
Abraços a todas