Prazer sexual é mais psicológico do que físico diz especialistas

A sensação dura poucos segundos, mas, mesmo assim, não deixa de ser desejada. Muitas mulheres passam anos em busca dessa explosão, pois, diferentemente do que acontece com os homens, o caminho feminino para alcançar o orgasmo é longo e delicado. E, de acordo com especialistas, não está ligado à complicada descoberta de uma simples área dentro do corpo. Na semana passada, um grupo de cientistas britânicos chegou à conclusão de que o famoso ponto G não passa de um mito. Terapeutas ouvidos pelo Correio garantem que a questão é irrelevante. O importante, dizem, é a mulher assumir o controle da sua sexualidade e saber tirar proveito disso.


Não conseguir chegar ao ápice do prazer em uma relação sexual pode ser um problema físico ou psicológico. As anomalias perceptíveis no órgão reprodutor feminino são raras e, geralmente, impedem que a mulher até mesmo comece uma atividade sexual. Nesse caso, é importante procurar um médico. Problemas como o vaginismo (contração involuntária dos músculos da vagina que impede a penetração), por exemplo, podem ser identificados pelo ginecologista.

Mais do que uma questão puramente física, porém, o prazer está relacionado a aspectos psicológicos. “Nos meus anos de experiência com atendimento de mulheres, posso dizer que o problema é, de longe, muito mais psicológico. O pouco aprendizado e a falta da vivência sexual e erótica são as causas dessa anorgasmia feminina”, afirma Oswaldo Rodrigues Júnior, psicólogo e terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade.

Segundo ele, a explicação para a dificuldade que algumas mulheres têm para atingirem o orgasmo pode estar no passado. Rodrigues Júnior lembra que, até há pouco tempo, a sexualidade era um meio exclusivo de reprodução humana e, para reproduzir, a mulher não precisava gostar de sexo, nem ter prazer. “Ainda hoje, as meninas e as adolescentes não são incentivadas a valorizarem a expressão e o prazer sexual. Tocar-se, conhecer o corpo como fonte de prazer são elementos contrários a muitas ideologias, políticas e religiões”, reconhece. “Com a falta do aprendizado nas duas primeiras décadas de vida, a mulher chega à idade adulta sem compreender o que fazer para produzir e facilitar orgasmos. Já com o homem, a experiência de vida é contrária, pois ele sempre será estimulado a vivenciar situações eróticas”, afirma o especialista.

Tabus
Muitas mulheres crescem carregadas de tabus em relação ao sexo. Uma das formas de descobrir o prazer, a masturbação, é vista como algo proibido e pecaminoso. Alguns desses preconceitos são carregados durante toda a vida e, por isso, é mais difícil se libertar deles. De acordo com Oswaldo Rodrigues Júnior, para alcançar o orgasmo, a mulher precisa se sentir bem com sua sexualidade e conseguir estabelecer as sensações de prazer com o corpo. “Se a mulher começa a crer que não precisa gostar de sexo, vai viver uma vida sem precisar dele”, sustenta.

A imagem que a mulher tem de si também é importante para a sexualidade, constatou a pesquisadora Debra Lynne Herbenick, diretora associada do Centro de Promoção da Saúde Sexual da Universidade de Indiana. Ela fez uma pesquisa sobre o assunto com 362 mulheres entre 18 e 23 anos, nos Estados Unidos. “Mulheres que se sentem mais bonitas podem ficar mais confortáveis na hora de fazer sexo com a luz acesa ou com uma variedade maior de posições”, disse, ao Correio. “Já aquelas que têm uma imagem negativa do próprio corpo podem ter dificuldade de relaxar durante o sexo, ficar com uma visão mais restrita da sexualidade e acabam se escondendo sob as roupas, debaixo do lençol ou no escuro”, revela a psicóloga e autora do livro Because it feels good: a woman’s guide to sexual pleasure and satisfaction (Porque nos faz sentir bem: um guia de mulheres para o prazer e a satisfação sexual, tradução livre, ainda não publicado no Brasil).

A busca pelo orgasmo pode ser dificultada quando a autoestima está muito baixa. E não é só ficar preocupada demais se o parceiro vai reparar nas estrias ou nas celulites, garante Debra. “Nós sabemos, com dados da nossa pesquisa, que a imagem que as mulheres têm da vagina pode ter influência no quanto o orgasmo vem fácil ou não. As mulheres que se preocupam muito sobre o aspecto de suas genitálias não conseguem atingir o ápice de uma relação sexual”, comenta.

Para quem está insatisfeita sexualmente e não sabe nem por onde começar, a primeira dica dos especialistas é: muito pesquisa. “Quanto mais insistente esta mulher for, e mais tempo ela se dedicar ao sexo, maior será a chance de prazeres. Os caminhos já trilhados por outros podem servir, embora nem todos os caminhos que sirvam a outras mulheres também se encaixarão para esta mulher específica”, explica Rodrigues Júnior. O conselho da psicóloga americana para quem precisa se sentir mais positiva em relação ao sexo é a aceitação. “Como mulheres adultas, nós podemos aprender mais sobre o nosso corpo, como ele é e o que ele sente”, ensina.

No divã
Procure conhecer o próprio corpo
Muitas mulheres iniciam a atividade sexual e dão continuidade durante toda a vida sem saber quais pontos do corpo são agradáveis aos estímulos

Evite sentimentos de ansiedade e raiva
Converse com o seu parceiro sobre suas angústias e preferências, resolva seus problemas e mal-entendidos. As conversas francas e abertas podem melhorar a sintonia do casal

Procure ajuda para modificar certas situações existenciais
Fadiga, conflitos conjugais, falta de atração pelo parceiro, depressão... Existem diversas razões para a disfunção orgásmica. Procure descobrir qual é a raiz do seu problema

Fonte: Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Um comentário:

quentissimas disse...

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