Cada vez mais passamos horas e horas a fio no trabalho e quase sempre sentados em frente ao computador. Hábitos comuns, porém pouco saudáveis, como cruzar as pernas enquanto trabalha, ficar com os cotovelos suspensos ao digitar, se inclinar para ver o monitor, entre outros, acabam gerando desconforto e às vezes até lesões.
Muitas empresas já despertaram para isso e investem agora em consultores, arquitetos, equipamentos e móveis planejados para levar mais ergonomia para o escritório. Além de terem que obedecer a uma questão legislativa, que especificou condições ergonômicas e vigora desde 1990 (NR17 do Ministério do Trabalho), as empresas que investem em ergonomia buscam com isso maior qualidade de vida e produtividade no trabalho.
“O ideal é que a empresa pense em como tornar cada atividade de trabalho mais humana, melhorando cada aspecto, desde a comunicação entre os membros da equipe, os detalhes do mobiliário e equipamentos de trabalho, até o contexto do trabalhador no espaço da empresa. A empresa é responsável pela condição de trabalho”, afirma Alison Klein, fisioterapeuta e ergonomista do SEFIT (Serviços Especializados de Fisioterapia do Trabalho). Ronaldo Duschenes, designer e presidente da Flexiv (empresa especializada em móveis para escritório), complementa: “se o designer desconsiderar a ergonomia ele estará fazendo um mau produto. A norma serve para dar parâmetros, uma vez que temos que considerar medidas antropométricas”. Duschenes também comenta que é fácil saber quando o móvel não é ergonômico, pois ele machuca, ou seja, causa desconforto.
Para auxiliar as empresas neste sentido, a SEFIT e a Flexiv trabalham em parceria, fazendo estudos e projetos tendo em vista a saúde do trabalhador. “Quem trabalha muito tempo sentado, acaba deixando o corpo estagnado, adaptando a musculatura a uma condição de sub-uso. Soma-se a isso o uso repetido de estruturas do corpo que são delicadas e que muitas vezes não estão preparadas para esta condição.
Desta maneira, o mobiliário deve ser totalmente planejado para que estas situações causem menos impacto, oferecendo bons apoios para evitar trabalhos estáticos e diminuindo atritos para não gerar traumas cumulativos”, explica Alison. O fisioterapeuta ainda acrescenta que a cada R$1,00 investido em prevenção, são economizados R$4,00 em saúde. Além disso, Alison ainda aponta que atualmente a maior parte dos afastamentos acaba sendo de responsabilidade da empresa, que precisa provar que oferece condições adequadas de trabalho (especialmente depois da criação do NTEP - Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário). “Esta mesma legislação também prevê que as empresas que tenham um volume grande de afastados tenham o seu SAT (seguro de acidente de trabalho) ampliado em até 6% do bruto da folha de pagamento”. Além de ser vantajoso em termos econômicos, a prevenção é uma grande aliada das empresas ao oferecer melhores condições para trabalhar e, com isso, ter um funcionário mais satisfeito.
Veja agora algumas dicas para ter mais ergonomia no trabalho:
1) A altura do tampo da mesa deve ficar entre 72 e 78 centímetros do chão;
2) Para evitar estrangulamento da circulação dos braços quando apoiados, a borda do tampo da mesa (parte arredondada) deve ser de
2,5 milímetros;
3) A distância média recomendada entre os olhos e a tela do computador é de 55 centímetros;
4) A parte superior da tela deve coincidir com a altura dos olhos, para evitar a projeção da cabeça para frente e a adoção de posturas críticas de trabalho;
5) Os cotovelos e antebraços devem estar apoiados no plano de trabalho e você deve estar sentado confortavelmente, com a coluna ereta;
6) O mobiliário deve ser regulável de forma a permitir um mínimo de alternância. Recomenda-se que mesas e cadeiras para uso do computador possuam regulagens simples e que possam ser facilmente localizadas para permitir a mudança da postura ao longo da jornada de trabalho.
Fonte: marina@jornalismocorporativo.com.br
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