Cuidados com a pessão alta -hipertensão
No inicio do mês, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, precisou cancelar sua viagem para Davos, onde participaria do Fórum Econômico Mundial. Ele se sentiu mal ao entrar no avião.
O médico da presidência resolveu que a viagem deveria ser cancelada e Lula foi encaminhado a um hospital, onde se constatou que o presidente havia sofrido uma crise de hipertensão.
A situação chamou a atenção dos brasileiros e o assunto ganhou repercussão. Afinal, a hipertensão arterial é uma doença comum, porém bastante silenciosa e perigosa e ainda pouco conhecida pela população. Pouco conhecida no quesito: o que é, como tratar e o que pode causar.
ALGUNS NÚMEROS
O presidente Lula é um dos 17 milhões de brasileiros que já enfrentaram problemas de hipertensão.
Dados do Ministério da Saúde revelam que 35% da população do País com mais de 40 anos é portadora da doença, que não tem cura, mas pode ser controlada. Segundo membros do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), desse total, 35% são diabéticos e apenas 11% estão com a pressão arterial controlada.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que 33% dos óbitos com causas identificadas no Brasil são relacionados a problemas cardiovasculares, como a hipertensão.
Uma alimentação não balanceada, especialmente com excesso de sal, pode levar ao quadro hipertensivo. O consumo de bebida alcoólica, o sedentarismo e a obesidade também estimulam a doença.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de que 13% das mulheres e 9% dos homens brasileiros são obesos. A Sociedade Brasileira de Hipertensão tem ainda outros números. A entidade estima que existam 30 milhões de hipertensos no Brasil: 36% deles não fazem controle nenhum da doença, 41% abandonam o tratamento logo depois de uma melhora inicial e só 23% obedecem a um controle adequado. Para piorar, a medição da pressão é realizada em apenas 29% das consultas médicas no País.
O resultado, que poderia ser evitado, é o seguinte: a pressão alta é responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
Prevenção e tratamento
Embora seja uma doença incurável, a hipertensão não é sinônimo de morte. Ela pode ser controlada e, com hábitos saudáveis, pode-se ‘conviver bem’ com a doença.
Há duas formas de tratamento: sem e com medicamentos.
A) O tratamento sem medicamentos tem como objetivo auxiliar na diminuição da pressão, e se possível evitar as complicações e os riscos por meio de modificações nas atitudes e formas de viver, são elas:
01. Reduzir o peso corporal através de dieta calórica controlada: substituir as gorduras animais por óleos vegetais, diminuir os açúcares e aumentar a ingestão de fibras;
02. Reduzir o sal de cozinha, embutidos, enlatados, conservas, bacalhau, charque e queijos salgados;
03. Reduzir o consumo de álcool;
04. Exercitar-se regularmente, entre 30 e 45 minutos, de três a cinco vezes por semana;
05. Abandonar o tabagismo;
06. Controlar as alterações das gorduras sanguíneas, evitando os alimentos que aumentam os triglicerídeos, como os açúcares, mel, melado, rapadura, álcool e os ricos em colesterol ou gorduras saturadas – banha, torresmo, leite integral, manteiga, creme de leite, linguiça, salame, presunto, frituras, frutos do mar, miúdos, pele de frango, dobradinha, mocotó, gema de ovo, carne gorda, azeite de dendê, castanha, amendoins, chocolate e sorvetes;
07. Controlar o estresse;
08. Evitar drogas que elevam a pressão arterial: anticoncepcionais, anti-inflamatórios, moderadores de apetite, descongestionantes nasais, antidepressivos, corticóides, derivados da ergotamina, estimulantes (anfetaminas), cafeína, cocaína e outros.
B) O tratamento medicamentoso visa reduzir as doenças cardiovasculares e a mortalidade dos pacientes hipertensos. Até o momento, a redução das doenças e da mortalidade em pacientes com hipertensão leve e moderada foi demonstrada de forma convincente com o uso de medicamentos rotineiros do mercado.
[Fonte]
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