Como se bronzear com segurança


Com a chegada do verão, praias e piscinas ficam lotadas. Mas quem quer "pegar uma corzinha" deve tomar cuidado. O G1 conversou com especialistas para buscar dicas de como se bronzear sem riscos.

"Ninguém precisa ficar com pressa para se queimar", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Omar Lupi. Ele lembra que é necessário evitar exposição ao sol das 10h às 15h e afirma que o mais indicado é usar, no mínimo, filtro solar 30, que deve ser reaplicado a cada duas horas. "Em caso de mergulho rápido, não há necessidade de passar novamente o produto. Mas, se você fica mais de 20 minutos na água, depois disso é melhor se proteger novamente, independentemente de quanto tempo antes você aplicou o protetor."

Lupi lembra que não se deve economizar na quantidade de protetor solar. De acordo com ele, a cada aplicação, é bom usar duas camadas do produto, sendo uma colher de sopa de cada vez. Além disso, é preciso lembrar de áreas como as orelhas, o nariz e o couro cabeludo, que também ficam expostas.

Outras medidas importantes são escolher barracas com cobertura espessa, estar sempre de boné ou chapéu e, se possível, camiseta, inclusive com mangas longas.

á o médico Dolival Lobão Veras, chefe da seção de dermatologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é mais radical. "Não existe bronzeamento saudável", diz ele. "Costumo falar para os meus pacientes que a pele é como elefante e nunca esquece as agressões. Quem se expõe ao sol deve saber que ele causa câncer ou, pelo menos, envelhecimento precoce."



Veras afirma que os raios UVA, responsáveis pelo envelhecimento da pele, têm a mesma intensidade durante todo o dia. Já os raios UVB são mais fortes perto do meio-dia. "A pele é agredida de qualquer maneira, independentemente do horário que você decide ir à praia ou à piscina", comenta o especialista.



Para manter a pele mais "corada", sem riscos, o dermatologista lembra que é possível usar bronzeadores artificiais, que funcionam como corantes e saem com o tempo, mas têm poucas contraindicações. "O máximo que pode acontecer é a pessoa ter alergia", diz Veras.



A modelo Viviane Araújo disse ao G1 que já abusou do sol, mas hoje passa protetor solar mesmo quando não vai à praia. "Eu passava o dia no sol, sem me preocupar. Já fiquei ardendo várias vezes", afirmou. "Agora, uso protetor solar fator 60 no rosto todos os dias. Quando vou à praia, coloco chapéu e óculos escuros também." Ela prefere se bronzear entre as 8h e as 9h e evita ir à praia nos fins de semana, quando o local fica mais lotado. Para ficar com a pele mais morena, usa óleo com protetor solar.



A técnica em enfermagem Fabiana Pissolatto, de 28 anos, que mora em Barreiras (BA), já sofreu graves consequências pela falta de cuidados ao se bronzear. Em março do ano passado, ela misturou chá de folhas de figo com o bronzeador. Ficou 20 minutos no sol. Foi o suficiente para que aparecessem bolhas por todo o corpo. "As bolhas tinham entre três e quatro centímetros", lembra.

Fabiana ficou 14 dias internada. Neste ano, ela já comprou filtro solar com maior proteção e só toma sol logo cedo ou no fim da tarde. O problema que ela enfrentou também acabou causando mudança de hábitos em amigos e parentes. "Umas amigas que têm a pele mais escura me falaram a receita. Mas comigo não deu certo", diz ela.

Campanha

A Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou, em 5 de dezembro, a 11ª Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele, que ocorre em 23 estados. Segundo a coordenadora do evento, a dermatologista Selma Cernea, a exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco da doença.



Neste ano, a campanha conta com um caminhão que vai percorrer cerca de 10 mil quilômetros no litoral até 7 de fevereiro. O veículo tem dois consultórios e dermatologistas e enfermeiros voluntários que orientam a população e fazem exames. Para saber o trajeto do caminhão, quem estiver interessado pode ligar para 0800-7013187.



De acordo com o Inca, 25% dos tumores malignos registrados no país são referentes a câncer de pele. A doença é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, em quem tem pele clara ou já teve doenças de pele anteriores.


[Fonte]

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