Instinto materno existe?

Há quem diga que não existe relação mais fiel, forte e duradoura como é a ligação entre mãe e filho. Prova disso é que, em muitos casos, basta um olhar, uma observação dos gestos para que elas possam intuir que há algo de errado acontecendo com a prole. Não à toa, a frase “intuição de mãe não falha” é comum.

Mas, embora alguns defendam que o amor entre mãe e filho é um instinto, uma tendência feminina nata; outros acreditam que depende, em grande parte, de um comportamento social, variável de acordo com a época, os valores individuais e os costumes. Por isso, neste Dia das Mães, o Ciência&Vida questiona: O instinto materno é um sentimento inerente à conduta de mulher ou algo que se desenvolve com o tempo?

A feminista francesa Elisabeth Badinter, autora do livro Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno, questiona a idéia de que o amor das mães seja inato. Longe de ser avessa a crianças – teve três filhos – para Badinter, dois fatores estão ligados à formação desse possível mito: a necessidade de assegurar a sobrevivência dos descendentes e a idealização da figura da mãe, a fim de que certa completude se fizesse sentir entre a mãe e a criança. Não se trataria, segundo ela, de instinto, pois o afeto se formaria da convivência e seria algo conquistado.

Embora acredite existir algo mágico na relação entre mãe e filho, a administradora Iully Curvello, 27 anos, avalia que o instinto materno é algo desenvolvido com o tempo. “Quando a gente descobre que está grávida, já começamos a perceber, a notar a diferença. Passamos a entender que há alguém por quem nos tornamos responsável, é algo que vai se desenvolvendo e crescendo durante a gestação e a medida em que vemos o nosso filho crescer”, diz Iully, mãe de Nuno, seu primeiro filho, de nove meses.


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