Em suma: a quantidade de beleza depende da quantidade de amor recebido – disse a senhora Woolf.
o amor e o lixo – São muitas, as belezas.
Escreve Li Bai, poeta chinês, traduzido por António Graça de Abreu:
'Viajo, não para comer bom peixe,
mas para passear os meus olhos
pelas montanhas de Zhejiang.'
É isto a beleza: o que nos obriga a passear os olhos. Mas não é pousar como pousa a ave sobre o telhado. Pousar é segurança, é não haver movimento, é descansar. Pelo contrário, quem se encontra perante a beleza não quer descansar, recusa parar; quer, afinal, caminhar, olhar cuidadosamente cada flor tratada por esse 'jardineiro do jardim do amor', ou seja, pelo seu amado.
Quem ama, de resto, aumenta a beleza do outro. Exagera-a com as palavras, claro, quando confidencia com amigos, mas exagera sobretudo com os olhos.
Continue Lendo
Nenhum comentário:
Postar um comentário