Assexualidade assumida


Sabe aquela cena em que uma mulher escultural passa diante de um grupo de homens e todos se viram para olhá-la? Nesse momento, a mente deles viaja.

O cérebro envia uma série de comandos que libera hormônios pelo organismo, avisando que é hora de se preparar para uma relação sexual (mesmo que isso não vá acontecer). Reação semelhante tem a mulher que é tocada e recebe beijos em pontos estratégicos do corpo. Mas na vida do escritor André Romano, 28 anos, nada disso faz sentido. O carioca passa dias de sol na praia de Ipanema diante de um desfile interminável de biquínis de lacinho e não tira os olhos do livro. “Não sinto desejo”, diz. “Troco o sexo por atividades culturais e sou muito feliz assim.”

André se encaixa no que especialistas começam a chamar de quarta orientação sexual: a assexualidade. Além dos héteros, homos e bissexuais, os assexuais formam uma outra vertente da sexualidade, que não é nova. Apenas as pessoas sem desejo de fazer sexo estariam finalmente assumindo um traço de sua personalidade – até como resposta à pressão por um desempenho sexual fantástico imposto pela sociedade atual, exacerbadamente erotizada.

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